12 outubro, 2020

A escola ideal para todas as crianças - Uma realidade que não existe em Portugal



Texto escrito em 2016  e revisto em 2020


Fui aluna durante 18 anos. Sempre gostei de andar na escola, no entanto, achava algumas disciplinas enfadonhas. Nunca entendi porque deveríamos decorar a matéria para os testes para depois no dia seguir esquecermos tudo.

Sempre senti que a escola deveria apostar mais nos alunos, fazê-los pensar. Gostava quando, nas aulas, os professores promoviam o debate e incentivavam os alunos a superarem-se. Hoje em dia, verifico que, infelizmente, a escola pouco mudou. Por isso, decidi dissertar sobre este tema, pois sei que muitas crianças comuns e também as crianças índigo têm dificuldades em integrar-se neste modelo escolar que, na minha opinião, está profundamente enraizado.


“As novas formas de escrever, ler e lidar com o conhecimento integram uma nova ecologia cognitiva: maneiras diferentes de pensar e de aprender. Conheceremos também outras formas de ensinar, de organizar a escola e, é claro, de avaliar”. Ramal (2000:1)


Gostaria que pensasse acerca destas questões?


  • Qual é a sua visão sobre educação?
  • Como foi a sua passagem pela escola?
  • Tinha tardes livres?
  • Que disciplinas gostava mais?
  • E tinha mais dificuldade em quais?
  • Tinha muitos Trabalhos Para Casa (T.P.C.) para fazer?
  • Tinha tempo para brincar depois?
  • Você colabora com a escola do seu filho?
  • Se você sugerisse algo novo à escola, um método diferente, uma actividade nova, acha que seria bem aceite?
  • Acha que a escola satisfaz as necessidades do seu filho?

Na minha opinião, o sistema do ensino em Portugal sempre foi aborrecido, monótono e entediante. Muitas aulas e muitas disciplinas foram uma verdadeira “pasmaceira”. Gostaria de ver as escolas com padrões novos, arrojados, onde todas as crianças pudessem aprender de forma diferente e que, já agora, funcionasse acima de tudo, para o bem-estar geral de TODAS as crianças, sejam índigo ou não. Eu defendo que todas as crianças deveriam ter acesso à educação escolar e de forma gratuita. Por que não começar a mudar o ensino? Acredito que em muitas escolas já se verifiquem muitas mudanças, mas vou mostrar-vos como seria a minha escola ideal.


Ensino pré-primário


Esta altura é óptima para a criança começar a aprender várias línguas ao mesmo tempo. Se um pai souber inglês e a mãe souber espanhol ou francês, deveriam falar com ela nessas línguas também. Ou então, na pré-primária, os professores/educadores deveriam trabalhar esta questão com os alunos:

Exemplos:

  • Adaptar algumas brincadeiras e acrescentar palavras em inglês. ‘Agora vamos jogar à bola’. ‘Bola em inglês diz-se: ball’. ‘A bola com que vamos brincar é branca e preta’. ‘Branco em inglês diz-se white e preto black’.
  • Ouvir músicas adequadas à idade, mas em inglês ou noutra língua.
  • Ver desenhos animados em inglês ou noutra língua.
  • Visualizarem algumas imagens e associarem palavras a essas mesmas imagens. ‘O que é isto?’ Os meninos respondem: ‘é um cão.’ ‘Em inglês cão é dog’. E eles repetem.
  • Nas épocas temáticas como Natal, Dia da Mãe, Dia do Pai, etc., as actividades, lembranças, jogos poderiam ter palavras e sons nas diversas línguas. Durante um teatro de Natal, as crianças podem ouvir e até dizer palavras-chave como Pai Natal, árvore de Natal, neve, Menino Jesus, etc., mas em inglês ou noutra língua.
  • Nestas idades, as crianças estão aptas para ouvirem diferentes línguas. Experimentem fazer isso quando tiverem 20 anos. É muito mais difícil, apesar de existirem pessoas com facilidade para aprendem diversas línguas.
  • Só tive contacto com o inglês no 5º ano, com o francês no 7º ano e ouço espanhol desde os 4 anos porque via televisão. Com a língua castelhana sempre tive essa benesse, no entanto, considero essa aprendizagem irrelevante, pois o inglês é essencial.

Ensino primário


As crianças no ensino primário devem ir preparadas para o ciclo.

  • Cuidado com os erros ortográficos. Fazer um ditado e depois escrever, por exemplo, 5 vezes as palavras que errou, parece-me ser uma boa solução. Comigo resultou.
  • Aprender a conjugar os verbos correctamente.
  • Para mim, a matemática sempre foi um problema. Os professores deveriam ter em atenção os alunos que têm mais dificuldade com esta disciplina e procurar soluções. Eu aprendi a contar com caricas. Apesar de não gostar nada de matemática nunca me esqueci desse pormenor, o que significa que foi importante e até engraçado para a minha aprendizagem. A brincar também se aprende.
  • Fazer pequenas composições sobre diversos temas.
  • Estimular a leitura, fazer pequenos resumos, criar histórias com fantoches.
  • Os pais aqui também têm um papel muito importante, pois devem acompanhar os filhos e verificarem quais as necessidades/dificuldades, gostos, etc. da criança.
  • Praticar desporto na escola e ter aulas de música e inglês, francês, espanhol ou outra língua. Na época em que passei pelo ensino primário estas últimas tarefas não estavam no plano de estudos, infelizmente.
  •  Novo Acordo Ortográfico?! “De fato é fato" … Qual desta palavras é o "fato" de vestir?
  • Na época do Estado Novo, quem se portava mal ou desobedecia à professora, tinha um encontro marcado com a cana ou com a régua de madeira. Os alunos tinham muito respeito pelos adultos e pelos seus professores. Hoje em dia isso não se verifica tanto. Agressões entre pais e professores, alunos e professores, violência e humilhação dos alunos com os seus pares são uma constante. Educa-se em casa, aprende-se na escola. As próprias escolas e o Governo também deveriam ter uma palavra a dizer.

Ciclo


“Em muitas escolas, o aluno ainda passa mais tempo ouvindo explicações do que realizando estudos pessoais. O acompanhamento do trabalho ainda é superficial, ligado a instrumentos de avaliação que muitas vezes funcionam como formas de pressão e controle. Os alunos não são orientados para a elaboração dos próprios planos de estudo interdisciplinares; assim, para eles a avaliação parece servir apenas para decretar promoções e reprovações”. Ramal (2000:5)

 

Penso que a passagem para o ciclo é sempre complicada para os alunos. Mudança de escola, de professores, de colegas. Da mesma maneira que no ensino primário se devia preparar os alunos para o ciclo, no ciclo dever-se-ia preparar os alunos para a escola secundária.

Na disciplina de Língua Portuguesa, por exemplo, em vez de se debitar a matéria comum: todos os verbos, conjugações e a gramática, aos alunos deveriam aprender Técnicas de Expressão Escrita. Onde se colocam as vírgulas nas frases, como se redigem os textos escolares, análise de texto, texto narrativo, informativo, etc. Fazer exercícios práticos de forma a que os alunos interagissem uns com os outros. Eu só tive essa disciplina no 2º ano do curso… na Universidade….

Nesta fase, os alunos já deveriam saber o básico de inglês, francês, espanhol ou outra língua, para que nos próximos anos, se aprofundasse mais vocabulário e a cultura desses países estrangeiros. Aquilo que eu noto é que gora dão-se as mesmas matérias, da mesma maneira que há 20 anos atrás. Dever-se-iam rever os métodos de ensino, tanto nas línguas estrangeiras, como às diversas disciplinas.

Posso afirmar, e quem me conhece sabe que é verdade: não aprendi inglês nos anos em que estive a estudar. Aprendi, é verdade, verbos, a “lot of verbs”, vocabulário, mas não aprendi o mais importante, juntar as palavras todas e falar. Só agora, com 31 anos, é que estou a aprender correctamente inglês, com uma professora que trouxe para Portugal um método de ensino completamente diferente e inovador, adequado à aprendizagem da língua. Falar inglês e ouvir a professora falar o idioma é um grande passo para aprender uma língua estrangeiro. Creio que isto é válido para o ensino de todas as línguas estrangeiras.

Para muitos alunos, as aulas de História são uma “seca”. Por que não mudar isso? No meu caso lembro-me de repetir a matéria do 6º ano no 8º ano. No 5º e 6º concordo que se ensine História e a Geografia de Portugal, mas nos anos seguintes, o programa poderia abordar outras temáticas, para não as repetirmos. Cultura egípcia, cultura Maia, História da Espanha, da Europa, da América. Os alunos poderiam ver documentários adequados à sua idade. Os alunos poderiam participar na aula através de um mini-teatro, por exemplo, reunir os alunos em grupo. O aluno Zé é o Rei D. Dinis e terá de explicar à turma o que fez enquanto rei de Portugal. A Maria fazia parte da nobreza. Teria de exemplificar o que era a nobreza e quais as suas principais características. Muitos alunos queixam-se dos apontamentos de história. Por que não fazer esquemas da matéria para depois eles em casa ou até mesmo na escola redigirem resumos e sínteses da matéria?

Gostava de ver na escola uma disciplina de cultura geral. Onde são os Himalaias? O que é o budismo? Qual é a cidade mais fria do Mundo? Ou então o professor escolhia um tema e os alunos podiam dialogar sobre ele: o que é a reciclagem? Fazes reciclagem em casa? Como podemos fazer para diminuir a camada de ozono? Os alunos poderiam também comentar oralmente temas do quotidiano (notícias).

A escola deveria ensinar métodos de estudo adequados a cada aluno (fazer esquemas, resumos, etc). O ensino deveria ser personalizado. A escola deveria incutir também hábitos de leitura. O grande problema é que para passar de ano ou terem boa nota, os alunos têm de saber a matéria na ponta da língua. Os próprios testes criam ansiedade. Cheguei a ter três testes no mesmo dia. O ano lectivo é extenso e tem muitos meses…

As notas são quantitativas e não qualitativas. Quando os professores nos pediam um trabalho que não contava para nota, suspirávamos de alívio. Esses trabalhos, por norma, saiam-me sempre bem.

A escola e os professores deveriam fazer workshops com os pais e depois com os alunos, onde se abordassem temas do interesse deles: entrada no mundo da adolescência, educação sexual, bullying, obesidade, anorexia, álcool, drogas, tabaco, etc. Convidar entidades como médicos, psicólogos, GNR ou a PSP, etc. Eu gostava quando isso acontecia na minha escola. Era um dia diferente. Aprendíamos também de forma diferente e divertida.

Penso que os alunos têm imensos trabalhos de casa para fazer. Já saem tarde da escola e ainda têm de fazer os trabalhados de casa e estudar… Sobra-lhes tempo para quê?

As bibliotecas das escolas poderiam apostar mais em actividades para os alunos, para criarem hábitos de leitura e aproximar mais os alunos aos livros, jornais, revistas, enciclopédias.

No 5º ano os alunos deveriam ter aulas de informática e deveriam aprender os perigos da utilização da internet como se deve utilizar a internet de forma segura.

Muitas das vezes nem usávamos os livros das disciplinas nas aulas.

Deveria haver mais feiras de artesanato, do livro, ciência, da física e da química, desporto, onde os alunos pudessem expor os seus trabalhos.

Dedicar uma semana dedicada às línguas estrangeiras com actividades.

As turmas deveriam ser mais pequenas.

Aplicar jogos didácticos e novas metodologias nas aulas, de forma a captar a atenção do aluno e também para que se sinta motivado.


 Ensino secundário


“Uma nova educação na qual o aluno perceba que ele é o principal interessado fazer render seu estudo e em verificar como pode aprimorar as estratégias de construção do saber. Isso só será possível numa escola em que o aluno não estude “porque o pai mandou”, “para não ficar de recuperação”, ou “para sair logo”. Deverá ser uma escola com outras motivações, na qual estudar seja interessante, pesquisar seja algo inevitável para satisfazer as curiosidades despertadas, e aprender seja algo imprescindível na consciência de futuros cidadãos que desejam se aprimorar e colocar o conhecimento a serviço da comunidade”. Ramal, (2000:5)

 

Aqui dever-se-ia preparar o aluno para a entrada da Universidade. A escola secundária deveria fazer a ponte com as Universidades. Explicar os alunos como se processa. A burocracia também é um grande entrave, na minha opinião.

Penso que a disciplina de cultura geral deveria permanecer. Se um aluno estivesse em Humanidades, nas aulas de cultura geral poderia abordar temas que não estuda na sua área: Economia, Geologia, Biologia, ou então abordar outras disciplinas de opção dessa área área que escolheu: Sociologia, Psicologia, etc. 

Os alunos aqui já deveriam escrever e falar correctamente línguas estrangeiras.

Nomear os alunos de excelência para que o seu nome fique no quadro de honra da escola também não me parece boa ideia. Parece haver aqui uma ideia de rivalidade e de competição. Os alunos que não têm excelentes notas até podem ser muito bons a áreas que ainda nem conhecem.

Rigor na pesquisa e preparação dos trabalhos académicos.

[O cidadão]“(…) Deverá ser um profissional capaz de aprender sempre; um ser consciente e crítico, que dialogue com as diferentes culturas e os diversos saberes, que saiba trabalhar de forma cooperativa e que seja flexível, empreendedor e criativo para administrar sua carreira e sua vida pessoal, social e política”. Ramal (2001:3)


Conclusões


Hoje em dia, a escola não diz nada aos alunos porque a matéria é difícil, extensa e aborrecida. Dá-se muita matéria, mas de forma superficial, não se aprofunda. Era preferível o contrário.

Os alunos não ouvem, não discutem ideias, não são nem estão motivados. Pensar, debater, argumentar, aprender deveriam ser as palavras de ordem na escola; e não decorar e debitar a matéria nos testes e exames.

Os professores também se devem sentir motivados, mas com tantos problemas que têm existido no ensino, acredito que não esteja a ser fácil para muitos docentes. A burocracia também não ajuda.

Dever-se-ia escutar os alunos e ir ao encontro das suas necessidades. De manhã, os alunos estão mais concentrados. À tarde, as aulas deveriam ser práticas. Ficar 90 minutos dentro de uma sala de aula desmotiva, cansa e desinteressa.

Ou então adoptar um ensino com pouca carga horária, (exemplo, ter aulas só de manhã) onde os alunos tivessem tempo de desenvolver outras actividades paralelas ao longo do dia (natação, equitação, etc);

TPC 0.

Deveria apostar-se num ensino grátis (livros, refeições, materiais, transporte);

As turmas têm muitos alunos e quando é dada a matéria, a turma passa a ser um só aluno e não uma turma heterogénea, porque não há tempo para personalizar o ensino. Quando um aluno já sabe mais ou já aprendeu a matéria bem em relação aos seus colegas, desmotiva-se. Os professores devem cativá-los com outras formas de aprendizagem. E quando um aluno tem muita dificuldade em assimilar uma determinada matéria?? Fica para trás. Acredito que algumas escolas não conseguem responder a essas necessidades. Defendo um estudo personalizado e acompanhado, com novos métodos e técnicas adequadas às necessidades de TODOS os alunos.

Os alunos são obrigados a escolher uma área com apenas 14/15 anos. Com 18 anos já têm de escolher um curso. Terão eles a experiência e a maturidade necessárias para definirem o que querem fazer? Por isso, acredito que o ensino deveria ser personalizado para que se adapte a cada criança/jovem. Há jovens que querem seguir uma área desde muito novos e os outros? Não necessitarão de um apoio mais aprofundado?

Muitas das vezes os alunos não conseguem entrar no curso que querem porque as notas são muito altas, no entanto, há alunos que conseguem entrar no curso que querem porque a média de entrada é negativa….

A informação que está exposta na Internet nem sempre é a mais correcta. Hoje em dia há muitos estímulos e a escola deixou de ser a principal fonte de conhecimento para os alunos. Poderia haver um maior acompanhamento da escola em relação a isso. Nem sempre com uma simples pesquisa no Google se faz um bom trabalho de pesquisa.

Aprender a utilizar as novas tecnologias e filtrar a informação correcta da errada é fundamental.

A escola deve servir para os alunos pensarem e desenvolverem a sua criatividade. As crianças deveriam ter mais tempo para brincar e não deveriam estar tão sobrecarregados com as próprias aulas, com actividades extra-curriculares, com trabalhos para casa e ainda estudar. São apenas crianças.

Já para não falar da mochila de 10 kg que têm de levar para a escola. Quando eu estudava não usava os livros todos e era obrigada a levá-los para a escola por receio de ter falta de material.

A escola poderia ter aulas de pintura, desenho, música, mas a sério. Eu tive música e só sei desenhar claves de sol. A escola deveria ter ateliês de dança, teatro, fotografia, etc. e que essas actividades/disciplinas fossem ao encontro dos gostos e expectativas dos alunos.

Devia-se dar voz aos alunos, às crianças e jovens, pois serão eles os nossos professores, médicos, engenheiros, etc. num futuro bem próximo. Serão eles a continuação da nossa geração.

Formar jovens competentes, profissionais, que não têm medo do futuro nem do desconhecido; apoiar os jovens que arriscam, que lutam pelo que querem, deveria ser a máxima das escolas.

O ensino deveria ser repensado, modernizado e adequado às necessidades de cada aluno, e não de uma turma.



O texto que se segue é da autoria de Andrea Ramal e intitula-se “Avaliar na Cibercultura”. A autora descreve como será o ensino daqui a uns anos.


A Escola do Futuro


“Avaliar na Cibercultura” Por: Andrea Ramal

"Estamos em 2069, num ambiente de estudo e pesquisa, antigamente chamado de "sala de aula". Os aprendizes têm entre doze e dezesseis anos e conversam com o dinamizador da inteligência coletiva do grupo, uma figura que em outras décadas já foi conhecida como "professor".
Eles estão levantando e confrontando dados sobre os Centros de Cultura e Saberes Humanos (ou, como diziam antes, as "escolas") ao longo dos tempos. Admirados, não conseguem conceber como funcionava, no século passado, um ensino que reunia os jovens não em função dos seus interesses ou temas de pesquisa, mas simplesmente por idades.
O orientador de estudos lhes fala da avaliação: ela classificava os alunos por números ou notas segundo seu desempenho, e em função disso eles eram ou não "aprovados" para o nível seguinte. Os aprendizes ficam cada vez mais surpresos. Como determinar "níveis de ensino"? Como catalogar "fases de conhecimento"?
O que seriam "etapas" escolares? Em que nó da rede curricular eles se baseavam para fundamentar isso? A surpresa maior se dá quando descobrem que essas avaliações ou "provas" eram aplicadas a todos os estudantes do grupo. A MESMA PROVA? - espantam-se todos. Não conseguem conceber uma situação em que todos tivessem que saber exatamente os mesmos conteúdos, definidos por outra pessoa, no mesmo dia e hora marcados. "Eles não ficavam angustiados?" - comenta um aprendiz com outro.
Os jovens tentam se imaginar naquela época: recebendo um conjunto de questões a resolver, de memória e sem consulta, isolados das equipes de trabalho, sem partilha nem construção coletiva. Os problemas em geral não eram da vida prática, e sim coisas que eles só iriam utilizar em determinadas profissões, anos mais tarde. Imaginando a cena, os aprendizes começam a sentir uma espécie de angústia, tensão, até mesmo medo do fracasso, pânico de ficar na mesma "série", de ser excluído da escola...
"Assim, eu não ia querer estudar", diz um deles, expressando o que todos já experimentam. Mas em seguida, envolvido pelos outros temas da pesquisa, o grupo inicia uma nova discussão ainda mais interessante, e todos afastam definitivamente da cabeça aquele estranho pensamento."

 

Talvez este modelo seja implementado apenas em 2169… ou será uma utopia?



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