Destralhar é coisa que tenho feito nos últimos anos. Ao longo da nossa vida, vamos acumulando pechisbeques que não servem para nada. De vez em quando vou ao sótão e faço uma limpeza. Tinha caixas e caixas de livros da escola. Fui dar com o meu livro da 1ª classe, cadernos escolares e pensei: para que quero isto? Fiz uma selecção do que doar, do que reciclar e do que acho que me faz falta. Acho que este tipo de limpeza lavam também a alma.
Agora o sótão parece maior, a energia circula, não está estagnada e os livros que doei certamente que estão a ser úteis noutro lar. Um reparo que quero fazer e que me parece importante: ao destralharmos, ao revirarmos todos aqueles objectos, muitas memórias nos vêm à cabeça e parecendo que não, estamos a limpar também o nosso campo emocional.
Quando o tempo estiver mais quentinho, aproveito e volto lá acima e dou uma vista de olhos em caixas que ficaram pendentes. Sinto um grande alívio quando vejo que a limpeza está quase finalizada. Fiz isso também no meu quarto, em gavetas, armários, roupas, livros, objectos. Desta forma, e para me inspirar, costumo ver alguns vídeos sobre reciclagem e minimalismo. Estes vídeos são importantes porque nos mostram que qualquer objecto, por mais minúsculo e insignificante que possa parecer, tem uma outra utilidade e uma segunda vida.