14 fevereiro, 2023

Seja a sua figura de referência interna por Sandra Andrade


Pintado por Sandra Andrade



Nos próximos tempos pretendo publicar um conjunto de textos criados pela minha amiga Sandra Andrade. São textos antigos, mas muito actuais que permitem-nos reflectir sobre os mais diversos assuntos. Espero que gostem. Grata Sandra por esta oportunidade!


Ao longo da nossa vida criamos figuras de referência. Os avós, os pais, os tios, o professor, entre outros. Vemos estas pessoas como exemplos a seguir. Há sempre aquela pessoa que nós admiramos quando somos crianças e que gostaríamos de ser como ela. Essa ilusão desfaz-se na adolescência quando começamos a questionar tudo e todos na sua perfeição ilusória e começamos a procurar outras figuras de referência. Muitas vezes cantores, actores, pessoas inalcançáveis, ou seja, aparentemente perfeitas.


É natural como crianças que procuremos exemplos a seguir. Procuramos pessoas que nos possam inspirar a ser alguém. Queremos ser como elas quando crescermos. Até certo ponto é algo bom para nós. Deixa de ser bom para nós quando não criamos uma referência interna, uma identidade pessoal bem cimentada. Deixa de ser bom quando a nossa auto-estima é baixa, quando não nos conhecemos bem a nós próprios, quando não conhecemos os nossos defeitos e as nossas qualidades, quando duvidamos de nós mesmos, quando não nos aceitamos.


Deixa de ser bom quando estamos pendentes das opiniões alheias para sermos alguém. Depender dos outros é entregar a nossa identidade nas mãos alheia. Não darmos um passo sem pensar o que os outros gostariam que nós fizéssemos. Preocuparmo-nos com o que os outros pensam. Martirizarmo-nos sobre o que deveríamos ter feito para agradar os outros. E os outros nunca estão satisfeitos e nós nunca os conseguimos agradar.


Chega o medo, a frustração, a raiva, a tristeza, o desânimo de nunca estarmos à altura de agradar a toda a gente. A verdade é que é impossível agradar a toda a gente pois vivemos num mundo complexo em que cada pessoa é ela mesmo um mundo complexo. Falta-nos a referência interna. A referência interna é a bússola que nos guia para o Norte. É a nossa auto-estima, o nosso autoconhecimento. É sabermos que somos o melhor que podemos e agimos da melhor forma possível de acordo com a nossa consciência e não à mercê do que pensam as outras pessoas que deveríamos ser ou fazer.


Nós já somos dotados de uma personalidade, de defeitos e qualidades. A nossa referência interna são estes aspectos. Devem ser os mais importantes na nossa vida e devemos ser completamente fiéis aos mesmos. Só assim não andaremos perdidos à deriva no meio dos detritos dos problemas existenciais que todos nós temos. Torne-se a sua própria referência. Ame-se. Cuide de si. Trabalhe as suas qualidades e defeitos. Defina uma missão pessoal, defina projectos, defina metas e baseie-se naquilo que quer e deseja.


Deixe de usar como referencial o que os outros pensam e querem que nós façamos porque no fim é connosco mesmos que vamos dormir e acordar para o resto das nossas vidas. Oiça sim o que os outros têm para lhe dizer e aconselhar, mas tenha o discernimento de escolher o que lhe interessa ou convém. O que lhe faz bem. Sempre haverá opiniões boas e más. Sempre haverá alguém agradado e alguém desagradado. Aprenda a agradar primeiro a si mesmo. Seja o seu próprio referencial e verá que tudo muda.


A vida se torna mais leve, mais alegre. Verá que aos poucos deixa de dar importância a opiniões menos boas e começa a ganhar capacidade de avaliar uma opinião válida para si de uma opinião equivalente a lixo. Só você sabe o que é melhor para si. Seja a sua referência interna. Seja um exemplo para si mesmo. Seja feliz!



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